No mundo da arquitetura e design de interiores, a criação de espaços com forte personalidade se firmou como a principal tendência, especialmente em estabelecimentos comerciais como restaurantes, bares e baladas. Em um mercado cada vez mais focado na experiência do usuário, os projetos de arquitetura se tornaram essenciais para o sucesso desses empreendimentos, definindo não apenas o ambiente, mas também a identidade que ele transmite aos clientes.
André Henning, arquiteto responsável por dois dos cinco empreendimentos gastronômicos finalistas do Prêmio Bom Gourmet, a Olaria do Parque e a Mercearia Avenida, destaca a importância de projetos que vão além da estética. “Pensar em um projeto dentro do Parque Barigui, um dos parques mais famosos de Curitiba, foi um desafio incrível. Tivemos todo um cuidado de revitalizar a Olaria, que é um bem tombado, e criar um anexo que conversasse com a vegetação do parque para que o visitante tivesse uma experiência de imersão completa”, comenta André sobre a Olaria do Parque.
Em relação ao Mercearia Avenida, especializado em comida portuguesa, o objetivo do arquiteto foi dar um ar de restaurante tradicional, como se ali estivesse por décadas. “Pensamos em todos os detalhes para usar o acervo da antiga loja de iluminação e decoração que existia no ponto e que estava há anos fechada, unindo a elementos que remetessem ao estilo português, como os tradicionais azulejos azuis, para dar um ar de um restaurante tradicional, como se ali estivesse por décadas”, explica.
Esses exemplos reforçam como a personalização do ambiente contribui significativamente para criar uma experiência única aos clientes. “Os clientes estão cansados de ambientes sem personalidade. Hoje, é essencial que o design capture a essência da marca, criando uma experiência verdadeiramente única. Isso exige um estudo aprofundado de branding para que o ambiente reflita com precisão a identidade desejada”, explica o arquiteto.
A iluminação, por exemplo, é um dos elementos mais críticos no design de interiores. André destaca que a iluminação certa pode elevar um projeto ou destruí-lo completamente. “Restaurantes geralmente pedem uma iluminação mais amena, mas não podemos levar isso como regra. Locais que servem fresh food, por exemplo, tendem a ser valorizados por uma iluminação mais viva”, comenta.
O arquiteto também reforça que o design não é apenas uma questão estética; é preciso considerar a durabilidade e a funcionalidade dos materiais. “Em ambientes de alto tráfego, como baladas, onde o desgaste é inevitável, a escolha de materiais resistentes e fáceis de limpar é essencial para garantir a longevidade do projeto. Em restaurantes, onde o ambiente é mais controlado, podemos optar por materiais diferenciados, como papel de parede, quadros, esculturas e outros elementos decorativos que tornam o espaço mais interessante”, diz.
Por fim, ele ressalta que o design de interiores deve sempre contribuir para criar uma experiência memorável. “A arquitetura pode atrair clientes, mas o sucesso de um empreendimento depende de uma combinação de fatores, incluindo a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. A experiência como um todo é o que faz o cliente voltar”, conclui André Henning.
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MARIA EMILIA RODRIGUES SILVEIRA
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